quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Derrame Isquêmico e Hemorrágico



As doenças vasculares cerebrais (Derrame, Acidente Vascular Cerebral, AVC ou Doença Cerebrovascular) são as mais frequentes entre todas doenças neurológicas e respondem por cerca de 50% de todas internações neurológicas em enfermarias de adultos. Os termos vernaculares acidente vascular cerebral e AVC carecem de especificidade e são comumente aplicados às síndromes clínicas que acompanham as lesões isquêmicas ou hemorrágicas. Derrame tornou-se um termo comum para designar lesões isquêmicas.
O termo doença vascular cerebral se refere a qualquer doença que acomete um ou mais vasos sanguíneos do cérebro num processo patológico. Por processo patológico entende-se qualquer anormalidade da parede do vaso, uma oclusão por um trombo ou êmbolo, a ruptura de um vaso, uma insuficiência do fluxo sanguíneo cerebral devido a uma queda da pressão arterial, uma alteração do calibre do lume, uma permeabilidade alterada da parede vascular, um aumento da viscosidade do sangue ou outra alteração sanguínea qualitativa. Os processos patológicos podem resultar em dois tipos de alterações parenquimatosas: Isquemia com ou sem infarto e Hemorragia.
A obstrução da artéria nutridora por um trombo ou êmbolo ou devido à insuficiência da circulação sistêmica e hipotensão, quando bastante intensa e prolongada, pode privar de sangue e oxigênio o tecido cerebral (que é um dos tecidos corporais mais sensíveis a esta privação), provocando uma interrupção isquêmica da fisiologia normal e subsequente necrose (infarto).
Os infartos cerebrais variam bastante de acordo com o grau de congestão e hemorragia encontrado no interior do tecido amolecido. Alguns infartos são pálidos (infarto pálido);outros mostram uma congestão moderada (dilatação dos vasos e um extravasamento de hemácias); ainda outros mostram uma extensa difusão de hemorragias petequiais através de toda a substância cinzenta lesada (infarto hemorrágico).
Na hemorragia, ocorre um extravasamento de sangue no interior do tecido cerebral, do espaço subaracnóideo ou de ambos. Uma vez terminada a hemorragia, o sangue é lentamente reabsorvido por um período de semanas a meses. A lesão cerebral resulta da compressão da massa sanguínea sobre o tecido circundante, juntamente com a ruptura física da região diretamente envolvida.
Embora a lesão vascular do cérebro possa ocorrer como parte de doenças relativamente raras, a maioria das doenças cerebrovasculares é secundária a aterosclerose (cuidado com o excesso de gorduras e com a vida sedentária!), hipertensão ou à combinação de ambas.
Não existe uma patologia pior que a outra, uma vez que tanto isquemia quanto hemorragia podem causar a morte, dependendo da área cerebral onde ocorreram e o tamanho da área lesada. As sequelas vão desde o coma prolongado e irreversível, a hemiplegia e até pacientes que sofreram uma doença cerebrovascular isquêmica ou hemorrágica e recuperaram 100%.
Dr. Paulo César Madi - Clinica Médica e Saúde Pública - Santo Antônio da Posse - SP

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