Certo dia, um médico
que fazia residência em um hospital psiquiátrico no centro-oeste do país,
contou que se deparou com um caso em particular que lhe chamou a atenção. Em determinado
hospital ele encontrou um jovem em uma “camisa de força”. Querendo saber mais
sobre aquele jovem que apresentava seus vinte e poucos anos, aquele
profissional da saúde foi atrás de seu histórico. Descobriu que o jovem
pertencia à tradição evangélica e que estava ali por algo relacionado à “doutrina”
de sua igreja.
Aquele jovem levava uma
vida normal em sua comunidade até o dia em que o filho do dirigente da
congregação o flagrou jogando bola na prática desportiva de sua escola. Para
aquele grupo religioso, o futebol era coisa do diabo, mesmo sendo praticado
como atividade do colégio. No culto de ceia de sua igreja, o dirigente já “bizurado”
pelo filho, disse: “você que está tomando a Ceia do Senhor indignamente,
satanás vai entrar em você juntamente com o pão”. Pronto, foi o suficiente para
aquele jovem entrar em uma depressão profunda e chegar ao estado no qual aquele
médico o encontrara.
A palavra grega anaksiôs, traduzida em português como “indignamente”
é um advérbio e não um adjetivo. Como sabemos, os advérbios indicam “modo” ou “maneira”,
enquanto os adjetivos indicam “estado” ou “qualidade”. Se Paulo em lugar do
advérbio “indignamente” (anaksiôs) tivesse
usado o adjetivo “indigno” (anaksiós), então
ninguém de fato poderia participar da Ceia do Senhor, pois ninguém é ou será
digno. A salvação é pela graça e não por meio de nosso mérito ou dignidade. Da mesma
forma, a participação da Ceia do Senhor por parte dos crentes é também uma
manifestação da graça de Deus.
Voltando ao texto, o
advérbio “indignamente” (anaksiôs)
mostra que Paulo estava se referindo ao modo irreverente dos coríntios ao
celebrarem a Ceia do Senhor, isto é, enquanto alguns se embriagavam durante a
reunião, outros comiam demais, além do fato de não esperarem uns pelos outros. Esta
maneira de celebrar a Ceia do Senhor não estava correta, precisava da correção
por parte do Apóstolo.
Esta forma ajudará o
cristão a se libertar dos terroristas psicológicos que andam por aí. Há crentes
sinceros que deixaram de participar da Ceia do Senhor porque, quando a caminho
da igreja, toparam em uma pedra e ficaram aborrecidos com esse fato. Outros porque
tiveram um pequeno aborrecimento com um filho minutos antes de irem ao templo.
Fonte:
José Gonçalves. Defendendo
o verdadeiro Evangelho, CPAD.
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